terça-feira, 16 de novembro de 2010

Praia do Forte - Bahia

Meu marido não é muito fã de resorts. Acha que acabamos ficando isolados sem conhecer de verdade a cultura e o povo de um lugar. Concordo com ele neste ponto. Mas vamos combinar também que às vezes o esquema dos resorts é uma mão na roda com crianças.

Costumo dizer que os resorts são como as casas de festa. Um pouco impessoais, sim, no entanto totalmente eficazes nos quesitos diversão e dor de cabeça zero.

Mesmo com o Décio torcendo um pouco o nariz, em setembro de 2007 decidimos comemorar o aniversário de quatro anos do João no Ecoresort da Praia do Forte, na Bahia. Como era baixa temporada, conseguimos uma tarifa razoável para o excelente e bem carinho resort que fica a cerca de 50 quilometros de Salvador.E foi ótimo.

A seguir, destaco alguns pontos altos do destino escolhido:

- estrutura do EcoResort - quarto confortável, em bom estado de conservação, muitas opções de lazer em um só lugar. Academia de ginástica, spa, salões de beleza...

- Um dos melhores buffets que já experimentamos neste estilo de hoteis. A cada refeição, 800 mil calorias a mais...E que estamos de férias... Melhor relaxar, mergulhar na cocada, coscuz e demais quitutes incríveis e deixar a dieta pra volta.

- Recreação infantil  - ótima. João é bem animado para essas coisas. Ficava uma boa parte do tempo com a gente, mas também adorava encontrar os amigos que fez durante a viagem e principalmente os recreadores. Gentis, pacientes, criativos nas brincadeiras... Até festinha de aniversário rolou para ele. Ponto pra Turminha do Jornaleco.

-Atividades extras - isso é um grande acerto do esquema todo. O resort fica ao lado de uma vila de pescadores muito simpática, com lojas, bares, restaurantes. Pequena, organizada, ótima para pequenos passeios.

 - Além disso, a poucos minutos a pé do resort encontra-se o Projeto Tamar com tartarugas marinhas de tamanhos variados(algumas imensas mesmo). Sempre um programão para a garotada.
- Uma surpresa foi o passeio que fizemos às ruínas do único castelo medieval construído no país. A cerca de dois quilometros da vila, encontramos o que um dia serviu de residência para a família Garcia D´Avila. O patriarca do clã, um almoxarife de Tomé de Sousa, primeiro governador-geral do Brasil, conseguiu acumular uma fortuna imensa, principalmente em terras. Chegou a controlar o maior latifúndio do mundo: suas terras se estendiam da Bahia ao Maranhão. Na sede do latifúndio ele construiu o castelo que visitamos na Praia do Forte. Passeio muito bacana mesmo!

- Como o resort fica próximo a Salvador, vale a pena com toda certeza uma visita a capital baiana. Passamos algumas horas no Pelourinho no dia da volta e foi ótimo.  João adorou ouvir as histórias dos escravos, do Brasil Colonia, da muralha em localização estratégica para defender a cidade. De novo aqui, a observação e uma das dicas principais das autoras do Blog: antes de embarcar, procure pesquisar, ilustrar, contar a seu filho um pouco da história do lugar. Sempre enriquece a viagem. Com certeza ele vai esquecer de muitas coisas, mas se lá na frente, ele lembrar de apenas um detalhe ou uma pequena curiosidade da história, é porque valeu a pena.

- Pra encerrar, gostaria de contar uma experiência que tivemos na Praia do Forte que por pouco não se transformou na maior cilada de todas as viagens. De julho a outubro, as baleias da espécie Jubarte se aproximam da costa brasileira vindas da Antártica para procriar. Na Praia do Forte existem empresas que organizam um passeio em parceria com o Instuto Baleia Jubarte para quem quiser observar de perto o mamífero gigante, que mede em torno de 16 metros e pode chegar a pesar 40 toneladas.

- Ficamos meio "bolados" quando na carro que nos levaria até o cais o guia aconselhou toda a família a tomar Dramim. Empolgados com a aventura, decidimos respirar fundo e embarcar! 

- Do embarque na escuna até a volta, o passeio dura cerca de quatro horas e meia pois as baleias costumam ficar a aproximadamente 12 mil milhas da costa. 

- Naquele dia, o tempo estava ruim, com vento e um pouco de chuva(essa dica é importante - se quiser fazer o passeio, aproveite logo um dia de sol da viagem e não deixe para o último dia, como nós fizemos). Por isso, o barco sacodia mais que o normal. Sou filha e neta de pescadores submarinos e super acostumada com passeios de barco desde muito pequena. Mas confesso que neste dia cheguei a temer pelo pior. Me sentia em Jaws, point preferido dos surfistas de ondas gigantes no Havaí. E, na medida que o barco se afastava, elas iam ficando cada vez maiores. A neblina não ajudava. Já não viamos continente, ilhas próximas, nada... Baleia então muito menos. 


-Mas não tem jeito: para avistá-las assim, soltas, na natureza, é preciso espírito de aventura. É preciso enfrentar alto-mar.

- Só que naquele dia as Jubarte pareciam não estar muito a fim de dar o ar da graça e nós começamos a achar que estávamos enfrentando aquilo tudo a toa. 

- Enquanto o guia informava o grupo(bem heterogeneo, com João como caçula) sobre os hábitos das baleias e índices de sucesso na empreitada de avistá-las ali na região e tal e coisa., outros dois rapazes ficavam de pé na proa do barco com olhos bem abertos e ouvidos atentíssimos.

- E eis que de repente,ufa, um deles grita: baleia a vista!

- A partir deste momento, toda a nossa aflição foi recompensada. Uma, duas, três... Muitas aparecem, bem pertinho do barco. Elas nadam, saltam, afundam e voltam a superfície, espirram água para o alto. Uma mãe e um filhote se aproximam da gente. 

- Suspiros, gritos empolgados do João e fotos, muitas fotos.

- A volta foi bem mais tranquila. Não sei se o mar acalmou ou se estávamos embasbacados demais para pensar em outro assunto que não fossem as maravilhosas gigantes.

4 comentários:

  1. Muito legal o relato. Acho que resorts podem ser usados com moderação.

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  2. Também concordo, Jane. Acho que às vezes que podem funcionar muito bem, sim! O legal, na minha opinião, claro, é abrir o leque sempre que possível. São tantas possibilidades... Beijos!

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  3. me passa por favor o nome do resort e como entrar em contato que quero ver preços para o fim do ano. abraços!

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  4. Concordo com seu marido. Também não sou fã de resorts, mas como tenho uma filha, talvez comece a repensar... Abraço

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