quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fortaleza em fevereiro de 2011





Fortaleza com João e José

Nas últimas férias, me vi diante de um impasse. Queria viajar com as crianças, dois pequenos adoráveis, em idades e fases distintas. João, sete anos: animado e radical. José Francisco, acabando de entrar na roda aos oito meses: sombra ,água fresca e nada de longas distâncias.
Pra completar, eu estaria sem marido.
Assim, todos os caminhos acabaram nos levando a Fortaleza(destino que o João insistia todos os anos pois sonhava conhecer o "Beach Park"). Optamos pelo nordeste e o que posso dizer? Fomos muito, muito felizes...


Amo cidade, lugares cheios de vida e coisas pra se fazer, ver e visitar. Mas praia é cem por cento relax. Pra esquecer de tudo, nada como um mergulho na água morninha, um passeio no por do sol. E para as crianças, sem dúvida aquilo parece mesmo um pequeno pedaço de paraíso. No Porto das Dunas, registramos o primeiro mergulho de mar na vida do José Francisco. E lá também, presenciei cenas do João se acabando de brincar e correr nas areias sem fim; até chorar na despedida, dizendo que aquela foi a "melhor de todas as viagens da vida dele".


Existem muitas opções de hospedagem  na Beira-Mar, em Fortaleza. Como não alugamos carro,  decidimos ficar a 25 quilometros da cidade, na própria praia do Beach Park, muito bonita e nem um pouco lotada, por sinal. O complexo do parque aquático inclui dois resorts excelentes. Mas achamos que seria um pouco "Beach Park" demais e a idéia era também explorar a região, mostrar Fortaleza para o João. Ficamos então no Oceani Resort, um hotel simples, sem luxo, mas com uma boa estrutura de resort. Os recreadores eram extremamente simpáticos e prestativos e a comida, incluída na diária, bem saborosa(levando-se em conta o esquema de buffet).


Compramos um passe de sete dias para o parque que funcionou muito bem. Podiamos entrar e sair diversas vezes, sem pressa para curtir as atrações, sem risco de ficar meio "over". O parque ficava a apenas 500 metros do nosso hotel, mas a graça, claro, era pegar carona nos buggys estacionados na praia, que cobravam 10 reais pela corrida.


O Beach Park é muito legal, diversão certa para várias idades (bebês, crianças, adolescentes e até papais e mamães mais animadinhos). Organizado, seguro, limpo. O JF aproveitou bastante os brinquedos bem coloridos, com esquichos de água e ondinhas artificiais. João, em busca de emoções radicais, experimentou quase tudo que sua estatura permitia. Só se frustrou ao ser 'barrado' algumas vezes, na porta de algumas atrações(os funcionários, como deveriam ser aliás, são inflexíveis: meio milímetro a menos é meio milímetro MESMO). Mas tudo bem: o garoto já arrumou uma ótima desculpa para voltar "quando crescer mais um pouquinho" rsrsrss. E como as decepções fazem parte da vida, melhor relaxar, curtir e repetir ao máximo as atrações liberadas, que não eram poucas.


Mas o legal é que a região não se resume apenas ao Beach Park. A cidade é ótima, cheia de restaurantes e shoppings, com boa infraestrutura. E os passeios, pelas redondezas, uns mais próximos, outros nem tanto, todos lindos. Pena que alguns eram meio cansativos para bebês. Fiquei com água na boca, mas Canoa Quebrada, Jericoacara e Cumbuco tiveram que ficar pra próxima.


Agendamos no entanto no hotel um passeio de buggy para a Lagoa do Uruaú, onde o João se acabou no tobogã natural das dunas, e visitamos também o centro das rendeiras, na Prainha. Muito legal ver de perto um pouco da arte feita por aquelas senhoras. Na volta, vimos as jangadas voltando do mar, abarrotadas de peixes. Uma festa!


Em Fortaleza, visitamos o Mercado Central, o maior centro de compras do estado, que vende de tudo um pouco. Ou muito de tudo. Comida, toalhas de mesa, redes, paninhos, vestidos... A mulherada quase enlouquece. Os meninos foram pacientes até que o prazo expirou (ainda bem porque senão o prejuízo seria imenso).
De lá fomos direto conhecer o Centro Cultural Dragão do Mar, 30 mil metros quadrados dedicados a arte e a cultura do nordeste e do Brasil. O prédio é bacana demais e as exposições quase todas gratuitas. João ficou interessadíssimo na história de Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde, conhecido como o Dragão do Mar, um símbolo da resistência popular contra a escravidão. Também ali, o Joca ouviu falar pela primeira vez em literatura de cordel e do grande poeta popular e um dos principais representantes do estilo, o internacionalmente famoso Patativa do Assaré.


Deixamos o Ceará com a melhor das impressões, aquela vontade imensa de ficar mais um pouquinho e a certeza de que vamos voltar. Logo, de preferência!

Ah, o nordeste...

domingo, 26 de junho de 2011

Niterói

Ok, quem tem dois filhos que reconheça. Ser pai (ou mãe) de filho único, de vez em quando, é moleza pra gente. Toda oportunidade que meu marido e eu temos de ficar somente com a Diana, de 4 anos, aproveitamos para fazer um passeio especial, menos caótico do que seria com duas crianças de idades e sexos diferentes.


Enquanto o Luca (8 anos) curtia o feriado na fazenda de um amigo, nesse domingo de sol e temperatura de 25oC, nosso trio cruzou a ponte e seguiu para Niterói. Da Zona Sul até a Fortaleza de Santa Cruz, levamos 45 minutos. Conhecemos pouco a região, portanto, recorremos ao Google Maps e ao GPS. Recomendo.


A fortaleza com vista para a Baía de Guanabara começou a ser erguida em 1555, é imponente mesmo para os padrões de hoje e está cercada por outros fortes menores. A capela de Santa Bárbara, em estilo colonial, é o começo de uma visita guiada de 45 minutos, que custa R$ 4 para os adultos.


Dizem que ali surgiu o ditado de "um olho na missa, outro no padre". É que sendo obrigatório para os soldados frequentar os cultos, a fortaleza ficava desprotegida durante a missa. O padre no altar observava o movimento no mar por uma janela única, lateral, e era ele quem dava ordem para contra-atacar em caso de ofensiva.


Para a Diana. o que mais impressionou foram os canhões, as prisões, as solitárias e as masmorras, de pedras frias, paredes grossas, grades infalíveis. Por lá, passaram piratas (olha o Capitão Gancho aí...!) e presos políticos, mas o clima na Fortaleza não é pesado, muito pelo contrário. O silêncio, a beleza, as histórias dos soldados, os canhões enferrujados e a ousadia do projeto arquetetônico enchem os olhos. Foram muitos causos e muitas poses. As fotos vão já para o porta-retrato.


Estrada Eurico Gaspar Dutra, s/nº- Jurujuba
Tel.: 3611.1209 / 2710.2354 / 2711.0725
De terça a domingo e feriados das 9h às 17h

O bairro de Jurujuba concentra um sem-número de barquinhos de pescador e de restaurantes de peixes e frutos do mar. No próprio complexo, tem um restaurante. Fiquei até com vontade de experimentar - mas o nosso destino era o http://www.grutadesantoantonio.com.br/v2/, recomendado pela jornalista e amiga Sandra Moreyra.


Comida portuguesa, atendimento fora de série, preço em conta (coisa rara no Rio) e sobremesas (rocambole de laranja com amêndoas) de comer de joelhos. A Diana se fartou dos bolinhos sequinhos de bacalhau. Pra mãe quem não tem frescura, um almoço completo, saudável e original. A volta pra casa foi aquele sorrisão geral, depois de um dia bem aproveitado, ao ar livre, diferente e irreverente. Quando o Luca chegou de viagem, fiquei pensando... é, vamos ter de voltar, com os dois!