sábado, 27 de junho de 2009

De barriga cheia - e coração aberto

Os europeus e os americanos são bem mais acostumados a levar seus filhos a restaurantes. Diferentemente daqui do Brasil, babás e folguistas são presenças raras em casa, o que dirá em ambientes públicos. Por isso, as crianças estrangeiras frequentam restaurantes, bares, lanchonetes desde bebês. No exterior, mais do que aqui no Brasil, ninguém vai estranhar se você chegar com a família em peso para um almoço ou um jantar. Preparamos uma check-list para tornar essa visita a mais agradável de todas.

- Evite filas e horários de pico. A demora no atendimento vai deixar a criança estressada e os pais também. Faça reservas sempre que possível.

- Leve kits de emergência para distrair a garotada que ainda não sabe a diferença entre um shitake e um champignon. Para espantar o tédio, lápis e papel, jogos eletrônicos, DVD e bonequinhos para a bolsa, já.

- Carregue um babador descartável, para deixar seu filho lindinho para o resto da programação.

- Escolha restaurantes que ofereçam menus infantis especiais. Se o cardápio for mais rebuscado, prefira dar comida no quarto e deixe a sobremesa para o restaurante. Na hora do jantar, tente um lugar mais perto do hotel.

- Procure escolher mesas mais isoladas, se houver a disponibilidade. Pergunte, na reserva, se você poderá levar o carrinho de bebê. Pode ser um alento, caso o soninho do filhote chegue antes da hora.

- Peça cadeirao ou booster. Sempre bom para deixar a criança sentadinha e evitar que ela saia correndo entre garçons apressados e bandejas lotadas de comidas quentes.

- Não faça refeições longas demais. Isso é para casais sem filhos!

- Evite aquele restaurante com chef super badalado, muito chique, recomendado pela amiga solteira. Criança sempre agita o ambiente. Ninguém merece pagar uma fortuna para ter um pequeno tumultuando o "clima" na mesa ao lado.

Escolhendo o hotel

Com raras exceções, a grande maioria dos hotéis em todo o mundo aceita crianças. No entanto, alguns lugares dispõem de uma infra-estrutura maior, com áreas de lazer e atividades recreativas sob medida para receber a turminha. Por isso, preparamos mais algumas dicas que podem ser úteis na hora da escolha do hotel para garantir o sucesso e tranquilidade da viagem em família.

- Resorts - Uma excelente opção com diversão garantida para todas as idades. Piscinas de vários tamanhos, playgrounds, brinquedotecas e muitas outras atrações não vão deixar seu filho parado um minuto sequer. Sem contar que o sistema "all inclusive", disponível em alguns resorts, é uma mão na roda para garantir a barriguinha cheia e a energia para tantas atividades. Em viagens pelo Brasil, a criançada tem ainda a vantagem do idioma, podendo participar sem receio dos "clubinhos" monitorados por recreadores. Eles adoram e ainda permitem aos pais alguns momentos a sós. Ou muitos. Porque existe o risco do filhote ser "abduzido" por um destes clubinhos e só aparecer de novo no último dia das férias.

- Suítes - Tente dar preferência aos hotéis que ofereçam quartos maiores, com ante-salas onde o filhote possa ficar bem instalado, para que assim a intimidade do casal possa ser preservada. Nem sempre isso vai ser possível. De qualquer maneira, explique no hotel que está viajando com a família e verifique a possibilidade de reservar o maior quarto que estiver a disposição na categoria escolhida. Criança precisa de espaço.

- Cozinha - Além de ser um recurso econômico, facilita a vida. Tomar o café da manhã no quarto, com calma, ou fazer um macarrãozinho depois de um dia inteiro batendo perna na rua, pode ser a salvação em algum ponto da viagem. Para os pais que curtem cozinhar, não deixa de ser uma diversão experimentar novos temperos, típicos do lugar, ou até mesmo preparar um bom feijão para matar as saudades de casa.

- Banheira - Pode não ser quesito indispensável, mas a banheira é sempre uma atração para as crianças. Um banho mais longo e demorado é ótimo para acalmar os animos e prepará-los para uma boa noite de sono.

- Localização - Não se isole. Escolha hotéis próximos das atrações que você pretende visitar e de lugares interessantes para frequentar com as crianças, principalmente em cidades grandes. Verifique na chegada se existe uma boa farmácia e um mercadinho a uma pequena distância. A área de lazer do Central Park ou uma boa loja de brinquedos a apenas alguns passos do hotel podem ser ótimos para momentos de tédio profundo ou preguiça de inventar passeios mais longos.

- Berços - Quando fizer a reserva, não se esqueça de pedir berços ou camas extras sempre que necessário. As crianças acham a maior graça em encontrar a surpresa assim que chegam ao hotel.

- Hotéis de charme, alto luxo, quinze estrelas, recomendadíssimos, são ótimos mas, cuidado, e se não forem ideais para crianças? Quando o Luca estava prestes a completar um ano, reservamos um quarto na melhor pousada da Praia da Pipa. Resultado? Tudo o que não queríamos era ficar no hotel, com medo de o bebê jogar abaixo a decoração escolhida cuidadosamente pelos proprietários. No segundo dia, nos mudamos para um hotel bem mais simples, onde não havia nada de vidro que pudesse ser quebrado.

- Uma mini-geladeira no quarto, cheia de coisas deliciosas e com livre acesso, é uma tentação para as crianças. Nossa sugestão é fazer logo no primeiro dia um estoque no mercado mais próximo com lanchinhos saudáveis (ou nem tanto), para evitar surpresas desagradáveis na hora do check-out.

Viagens internacionais

Viajar para lugares distantes, com costumes diferentes e comidas estranhas, alteram a rotina de qualquer um. Para uma criança pequena, acostumada diariamente ao trajeto escola-casa-pracinha, a mudança é radical. Por isso, preparamos algumas dicas que podem ajudar a manter o bom humor da família, longe, bem longe de casa.
- Respeite o fuso horário. Pegue leve na programação, especialmente nos primeiros dias.


- Não adianta querer que os filhotes sigam o seu ritmo. Melhor relaxar e deixar que eles ditem o próprio.


- Deixe para se preocupar com refeições super equilibradas e saudáveis quando voltar parar casa. Em alguns casos, um macarrão com salsichas e até um cheesburguer com batatas fritas quebram um bom galho. Em viagens, é natural o filhote não achar muita graça em comer, não esquente a cabeça. Ofereça bastante variedade que, em algum momento, vocês vão descobrir juntos o que funciona melhor em cada lugar.


- Pode parecer coisa de mãe, mas programe os passeios com antecedência. Pesquise na internet, leia guias, reserve ingressos. O tempo que se perde antes de embarcar é um ganho precioso na viagem.


- Desenhe uma rotina que agradará a todos: adultos e crianças. A melhor maneira é alternar programas mais cansativos, de longas caminhadas, com atividades mais leves - como um teatro, por exemplo, Mas, é claro, sinta-se à vontade de alterar a programação de acordo com o cansaço e disposição dos mais jovens. As crianças ficam mais cansadas e às vezes até mais dengosas quando estão longe de casa. Cabe a nós, pais, tentar dosar o ritmo com equilíbrio e bom senso. Assim evitamos momentos de crise e ataques de choro inesperados e incontroláveis.


- Dê uma escapada de vez em quando. Planeje momentos de descanso. Reveze com o pai das crianças: uma manhã será somente sua enquanto ele fica na piscina com o pequeno. A tarde poderá ser dele e das compras de produtos eletrônicos enquanto você leva o filhote para mais um passeio de criança.


- Jamais se sinta culpada por não conseguir visitar os lugares mais descolados do momento, que suas amigas tanto indicaram. Elas não fazem idéia do prazer que a gente sente ao dividir um Ben & Jerry com aquela criança curiosa e companheira.


- Se as compras são um atrativo a mais para você, o mesmo não pensa o seu filho. Crianças detestam lojas, a não ser as de brinquedos, claro. Por isso, o ideal é começar justamente pelos produtos preferidos deles. Um jogo diferente, o boneco do super-herói que ele tanto queria, um livro com ilustrações bacanas podem mantê-los entretetidos enquanto você experimenta algumas peças da sua marca preferida.
- Aposte em seu carrinho. Caminhar é uma das melhores maneiras para se conhecer lugares, mas as crianças ficam exaustas e não encaram isso como um programa. Em alguns casos e até uma certa idade, carrinhos leves e fáceis de desmontar são quase tão importante quanto as malas. Mesmo sendo um volume a mais para carregar, vale a pena levar um modelo do tipo guarda-chuva. No aeroporto, por exemplo, você pode ficar com o carrinho até a hora de entrar no avião. Basta pendurar uma etiqueta no check-in da companhia aérea e deixar o carrinho na porta da aeronave. Chegando ao destino, é só pegar no mesmo lugar.

- E finalmente, prepare seu espírito. Atitude é tudo em alguns momentos. Espere encontrar alguns pequenos percalços no caminho, mas no final, vai dar tudo certo. Viajar com os filhos para fora do Brasil dá trabalho, mas vai ser uma das experiências mais diferentes e divertidas da sua vida.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Viagem de avião

Encarar horas de viagem em poltronas quase verticais, com pouquíssimo espaço para as pernas, luzes que acendem subitamente em nossos olhos em plena madrugada, filas intermináveis para os toaletes. A idéia de passar horas a fio dentro de um avião e ainda por cima em companhia de uma criança pequena pode não ser das mais atraentes. Mas infelizmente ainda não foi inventado um meio de transporte mais indicado para longas travessias. Então, se é inevitável, melhor relaxar e tirar proveito da experiência. Até porque, sob o ponto de vista dos pequenos, tudo parece bem mais divertido e andar de avião pode ser uma mesmo grande aventura.

As incríveis máquinas voadoras exercem verdadeiro fascínio sobre as crianças. Por isso, nos momentos iniciais da viagem, a dica é deixar que elas explorem o ambiente, testando a utilidade de cada botão, retirando cobertores e travesseiros das embalagens plásticas e até se distraindo com folhetos que contenham as instruções de segurança. Infelizmente este "momento novidade" dura apenas alguns minutos, no máximo meio hora.

O que fazer então com, na melhor das hipóteses, as outras oito horas de duração de uma viagem internacional? Aí vai uma segunda e importante dica: evitar voos diurnos. Uma vez voltando de Los Angeles, o João, em um momento de tédio profundo, decidiu bater o próprio recorde de velocidade nos corredores apertados da aeronave. Outra vez, vindo de Portugal, aos cinco anos de idade, ele resistiu bravamente graças a ajuda da telinha individual das poltronas da aeronave mais moderna, mas decidiu cochilar nos minutos finais de voo, dificultando consideravelmente o desembarque.

Viajar durante a noite praticamente descarta estes riscos. Às vezes eles pegam no sono até mesmo antes da decolagem. Para os insones, a sugestão é uma espécie de "kit entretenimento". Por isso, atenção: todo cuidado é pouco na hora de arrumar sua mala de mão. Alguns itens que consideramos infalíveis:

- Objetos que ajudem a criança a "embalar" no sono. Chupetas, mamadeiras, bonequinhos ou bichinhos que façam parte do "ritual" da hora de dormir em casa são fundamentais.

- Gibis recém-comprados no aeroporto para os mais velhos, revistas para colorir, giz de cera, livrinhos com poucas páginas que não pesem muito não na mochila. Estas novidades podem entretê-los por um bom tempo.

- Invente um diário de bordo, ou seja, caneta e papel para anotar as primeiras impressões. Escrever a várias mãos a história da viagem, começando pelo avião e depois passando pelos lugares visitados, pode ser uma belíssima recordação para o resto da vida. Essa aventura começa a ser contada ainda na poltrona do voo de ida.

- DVD portátil: um dos melhores investimentos para viagens longas. Levar de surpresa um filme novo, então, é tiro certíssimo, vai agradar e garantir horas de tranquilidade total. Só não se esqueça de carregar o aparelho antes de sair de casa, senão a frustração pode ser fatal.

Outras dicas para uma viagem sem maiores turbulências:

- Um pijaminha de manga comprida, para resistir ao frio da cabine e para o filhote desembarcar em seu destino lindinho, sem roupa amarrotada.

- Todos os aviões são equipados com kits de remédios para primeiros socorros. Mesmo assim, vale a pena separar em recipientes menores um bom xarope, o anti-térmico da sua preferência, uma solução nasal para ajuda-los a enfrentar a secura do ar e até um bom hidratante. Lenços umedecidos para mil e uma utilidades são recomendadíssimos.

- Não economize nas roupas extras. Acidentes com líquidos acontecem, ainda mais com crianças por perto. Levar uma muda de roupa sempre é recomendadíssimo, assim como um bom casaco para o frio do avião e, muitas vezes, do desembarque.

- Ah, sim! Importantíssimo: para evitar fortes emoções, separe, com algum tempo de antecedencia e em lugar bem visível todos os documentos necessários. Passaportes e vistos dentro da validade. Código da reserva da companhia aérea e vouchers de hoteis, carros e etc. E, para o caso de crianças que viajam acompanhadas apenas de um dos pais, é necessário uma autorização com assinatura reconhecida em cartório feita pelo outro pai. Sem isso, a criança não embarca, como pudemos comprovar uma vez. E acreditem, a experiência não é das melhores.

No mais, apertem os cintos e aproveitem cada minuto desta deliciosa aventura que é viajar com os filhos. Ver coisas novas ou revisitar lugares sob o ângulo das crianças é altamente recomendável. Imperdível. Não esqueçam da máquina fotográfica e boa viagem!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Dicas para um fotógrafo viajante

A fotografia digital se tornou um vício em nossas vidas, não temos como negar. Então por que nem sempre o resultado das imagens nos agrada? Preparamos um curso rápido para quem quer acertar o foco na hora de documentar as férias com as crianças.

- Fotos naturais, espontâneas, sempre fazem mais sucesso do que as posadas, reparem só. Tente misturar os dois estilos no álbum.

- Não subestime o poder do flash. Mesmo em fotos diurnas, um brilho a mais pode salvar a foto no contra-luz, por exemplo, ou uma imagem em movimento.

- Registrar a rotina, o café da manhã na pousada, os preparativos para o passeio mais esperado, a baguncinha do quarto... situações assim rendem boas risadas depois.

- Ok, admita: a torre Eiffel fica muito mais bonita com o seu filho na frente, não fica? Não se esqueça de registrar os passos das crianças em pontos turísticos mais relevantes.

- Fotografe as pessoas, até então desconhecidas, que tornaram suas férias ainda mais especiais. As crianças vão gostar de relembrar.

- Quando voltar para casa, claro, mandem essas fotos, impressas, pelo correio. Não é uma forma simpática de agradecer os mimos da viagem?!

- Não se esqueça de aparecer na foto. Ensine seus filhos a mostrarem desde cedo o seu lado mais bonito.

- Aliás, empreste a câmera para seu filho de vez em quando. Você vai se surpreender com o resultado. Ver a viagem com os olhos de uma criança é muito. Temos várias fotos assim. A foto mais bonita que temos da China, quem tirou foi o Luca, do alto de seus 4 aninhos.

- Não demore muito a revelar porque depois dá preguiça. Preparar o album na volta é uma maneira de prolongar os momentos deliciosos que você passaram juntos.

terça-feira, 23 de junho de 2009

O que levar - praia

Hoje em dia, mesmo as praias mais distantes, como as de Fernando de Noronha, têm uma bela infraestrutura para receber os turistas. Se o destino for um resort, então, há recreadores, babás, uma programação intensa para entreter a criançada. Ainda assim, a experiência nos mostra que, ao contrário do que é aconselhável em uma viagem desacompanhada (sem crianças!), sair de casa de mala cheia pode ser um ganho e tanto.

E se chover? E se o tédio bater à porta de sua suíte à beira-mar? E se alguém se machucar brincando?! Aí vão alguns dos nossos truques para mães prevenidas:

- Leve muitos protetores solares. Vai que a sua marca preferida está em falta em seu destino?

- O chapéu que a filhota aceita usar, os óculos estilosos do filhote, a saída de banho que esquenta no fim de tarde: para a mala, já!

- Assim como uma boa variedade de calções, sungas e biquinis, para não depender de tempo bom para secar.

- Vale levar também um pequeno kit de primeiros-socorros: band-aids animados, com o personagem querido, alegram qualquer um.

- Uma lata de leite em pó e fraldas (de piscina e comuns) para os primeiros dias são a certeza de que não será necessário gastar tempo em farmácias.

- Mamadeiras e chupetas extras, muitas chupetas, para os bebês que dormem à tarde, naquela sombrinha com o barulho do mar...

- Carrinhos: levar ou não levar? Até as crianças completarem 5 anos, nós sempre levamos, para o descanso no restaurante, para não perder o controle no café da manhã, para a caminhada na praia de areia dura.

- Babadores, paninhos, fraldinhas, a manta preferida: peças de uso diário diminuem a saudade que as crianças sentem de casa.

- Travesseiro também - ou talvez a boneca preferida, o "sujinho" inseparável do berço...!

- Carregar bercinhos portáteis depende do gosto do freguês. As pousadas costumam oferecer, vale perguntar antes de viajar.

- Assim como a possibilidade de uso da cozinha, para esquentar uma comidinha, um leite, nada mais prático.

- Máscaras de mergulho, nadadeiras, baldinhos etc são trambolhos que divertem.

- Não economize em camisetas e shorts. Ninguém vai lavar roupa nas férias, não é?

- Leve pelo menos duas mudas de roupas mais quentinhas, para o caso de chuva ou frio.

- Lápis de cor, livrinhos e aparelho de DVD. Se esses recursos nos salvam na cidade, por
que não usá-los nas férias, para garantir um almoço tranquilo?

- Cangas, muitas cangas, para enrolar a garotada na hora de sair da praia, para forrar o banco do carro alugado, para proteger os rostinhos do sol. Cangas são mais leves do que toalhas.

E assim...

Depois de muito trocar experiências sobre viagens com os filhos, Luisa e Cristiana decidiram botar no computador tudo que aprenderam na estrada (no avião, no navio, no trem) com seus filhotes desbravadores. Assim, surgiu a ideia de organizar as dicas e escrever para mães curiosas e destemidas. Não temos nenhuma dúvida: viajar com crianças é padecer no paraíso!