quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Liverpool: Come Together!

Na primeira vez em que estivemos em Londres com o João, ele tinha pouco mais de quatro anos de idade. Lembro como se fosse ontem da expressão meio intrigada e surpresa daquele menininho ao observar os próprios pais fazendo pose diante de uma rua aparentemente comum, sem nenhuma grande atração turística por perto. Custamos a acertar as passadas e os ângulos, na brincadeira que lembrava a foto da capa de um dos discos mais famosos do mundo. Em meio a confusão de carros e buzinas, em plena Abbey Road, pela primeira vez na vida, João ouviu falar em Beatles. Bem, a foto não ficou lá essas coisas, mas registrou pra sempre um momento muito especial para toda a família.


Em seguida, caminhamos até a estação de metrô mais próxima, a St Johns Wood (no bairro em que Paul McCartney tem uma casa). E, já na bilheteria, nos deparamos com a imagem mais reproduzida da História: John, Paul, George e Ringo, atravessando a Abbey Road. Na loja de souvenires, produtos traziam, diretamente do túnel do tempo, outras deliciosas lembranças dos quatro garotos de Liverpool.Ali, exatamente naquele momento, descendo as escadas rolantes para pegar o trem, cantarolando sucessos da banda, revivíamos a nossa paixão enquanto víamos nascer outra. Os ídolos do passado, vivos, aos olhos brilhantes e curiosos do nosso filho.


Meses depois, aproveitando compromissos profissionais do Décio, decidimos mergulhar fundo no universo do Quarteto Fabuloso. Um trem confortável cumpriu o trajeto Londres - Liverpool em menos de três horas. E qual não foi nossa surpresa ao encontrarmos uma cidade animada, com várias opções a oferecer além das reminiscências de seus moradores mais ilustres?
As origens de "Livpul" datam 1207, quando um alvará do rei Jonh transformou a pequena aldeia de pescadores na beira do Rio Mersey em município livre. Pouco tempo depois nasceria o porto, determinante para o desenvolvimento da cidade nos anos seguintes. O comércio prosperava a olhos vistos e as docas serviam como porta de entrada para o "novo mundo". Imigrantes vinham de todos os cantos da Europa, especialmente da Irlanda.


O resultado foi uma comunidade bem diversificada: os "scousers", apelidados assim por causa do "scouse", prato típico dos trabalhadores da região, uma espécie de carne ensopada com legumes. De fato os moradores de Liverpool desenvolveram costumes e hábitos próprios, com um estilo de vida mais alegre e festivo, menos formal do que boa parte da Grã Bretanha.

Beatles: do it yourself

Liverpool produziu muitos artistas antes e depois da década de 60. John, Paul, George e Ringo, no entanto, incluíram definitivamente a cidade não só no mapa como também no imaginário dos jovens e adultos de toda uma geração. Por isso, entrem no clima "Swinging Sixties", a década que balançou a ideologia e o comportamento em cada canto do planeta. Os Beatles são fruto desta época de mudanças. Conhecer a trajetória do grupo é também conhecer um pouco este passado. Fazer isto com seu filho como testemunha vai ser ainda mais rico, pode ter certeza.

Dois dias são suficientes para conhecer as principais atrações de Liverpool. Comece com o agradável passeio por Albert Dock. Depois de uma década de abandono, os cinco armazéns do porto foram totalmente revitalizados após uma grande reforma nos anos 80. Os edifícios tombados abrigam novíssimos museus, galerias, lojas, restaurantes e escritórios. Um lugar gostoso para caminhadas (atenção aos ventos fortes e constantes) e refeições em ambientes familiares ou até mais descolados. Aproveite para visitar a Tate Liverpool, primeira "filial" da Tate Britain e hoje um dos melhores acervos de arte contemporanea fora de Londres. www.tate.org.uk/liverpool.

A "Walker Art Gallery", a algumas quadras de Albert Dock, possui um dos mais belos acervos de arte do norte da Inglaterra, com obras que vão desde o século 13 até os dias de hoje. Pinturas significativas de impressionistas, além de importantes trabalhos britânicos do século 18, se destacam na galeria fundada em 1873 por um fabricante de cerveja local, ex-prefeito de Liverpool. http://www.thewalker.org.uk/.

Diversão para toda a família e visita recomendadíssima: "Beatles Story", em Albert Dock. Peguem os fones oferecidos na entrada para embarcar na viagem com narração, diga-se de passagem, de Julia Lennon , meia-irmã de John. Mostre a seu filho os detalhes tão pequenos e marcantes, tanto na vida quanto na obra de cada um dos integrantes da banda que mudou para sempre o cenário da música pop mundial. Caminhem juntos pelas salas, observem as fotos do primeiro encontro entre Lennon e McCartney... Conheçam (ou relembrem) a história do homem que "demitiu" os Beatles... Cheguem bem de pertinho de objetos inesquecíveis como os óculos redondos estilo "paz e amor" que pertenceram a John ou os bem-comportados terninhos que arrancavam gritos histéricos das garotas a cada aparição. Voltem no tempo com a recriação perfeita do Cavern Club.

Imaginem-se dentro do famoso bar, em plena década de 60, no calor de uma apresentação com o até então "desconhecido" quarteto. Curtam juntos as baladas e os registros da ascensão metórica da banda, desde o primeiro disco "Love Me Do" até o último show dos Fab 4, em 1969, e, finalmente, da separação do grupo. Aproveitem para dançar, cantar e se deixem levar pelas lembranças. Seu filho vai adorar "pagar esse mico" com você. São momentos assim em viagens que ficam para sempre. Antes da saída, uma área interativa com jogos e brincadeiras vai capturar de vez o coração do seu pequeno fã. A lojinha da saída completa o tour com várias recordações bacanas, mas cuidado, pois, na empolgação do momento, vocês podem acabar gastando além do que gostariam. http://www.beatlesstory.com/.

Os lugares associados à infância e à juventude do quarteto são até hoje cultuados na cidade. Vários passeios e excursões a pé percorrem trechos, muitas vezes citados em canções, além de ruas, casas ou prédios por onde passaram ou viveram John, Paulo, Ringo e George. Informem-se no hotel para agendar, de preferência um dia antes, um destes tours. Nós escolhemos o "Beatles Fab Four Taxi Tour" e, na manhã seguinte (impreterivelmente) no horário combinado, Ricky nos esperava a bordo do táxi "Michelle". Uma singela homenagem a música favorita do motorista que iria nos conduzir rumo a experiência nostálgica e emocionante.

Enquanto dirigia rumo a maternidade onde nasceu John Lennon, o bem informadíssimo Ricky, nos falava da vida dos garotos de Liverpool que viraram lenda. Fazíamos algum esforço para decifrar o sotaque "scouse" e traduzir o essencial para o João, que, a esta altura, envolvido com tantas novidades, nem piscava. Percebendo o interesse da platéia, Ricky ia se empolgando e narrando detalhes, fofocas, pequenos segredos e mistérios que cercavam a intimidade de cada Beatle.

Paramos em frente a casa onde John passou a lua-de-mel com a primeira mulher, Cynthia. Segundo Ricky, o casamento inicialmente foi mantido em segredo para não atrapalhar a relação de um dos galãs do grupo com as fãs. Os pombinhos teriam passado vários dias trancados dentro de casa, para não dar "bandeira". Tempo suficiente para John compor um grande sucesso da banda, com o sugestivo título: "Do You Want to Know a Secret?". Verdade ou não, estas historinhas acabaram transformando nosso passeio em uma espécie de documentário, estilo "esta é sua vida", cheio de depoimentos e imagens.

O passeio continua agora em frente a faculdade de artes onde Paul e John estudaram. A instalação próxima à entrada, lotadas de malas e bagagens, rende fotos divertidas com as crianças. Em seguida, passamos pelos bairros pobres em que George e Ringo cresceram. Incrível entrar na casa para onde Ringo se mudou aos oito anos de idade, que hoje pertence a uma simpática velhinha. Dentro da pequena sala de estar, com fotos do ídolos, porém sem nenhum luxo, paramos para tentar visualizar a infância difícil daquele menino de saúde frágil... Quem poderia imaginar o que o futuro reservava?

É importante tentar traduzir para seu filho parte das histórias e informações, senão ele pode ficar um pouco entediado e não entender muito bem a graça de parar em casas aparentemente comuns.

O ponto alto do trajeto, ao menos para a gente, talvez seja a chegada a um bairro de classe média fora do centro. Perto da casa onde John viveu nos primeiros anos, uma rua se destaca: Penny Lane. Neste momento do tour, Ricky aumenta o volume do CD para que os passageiros atravessem o percurso ao som de uma das belas canções do quarteto, uma das nossas preferidas, aliás. A letra, meio melancólica, descreve lembranças da infância na rua que os garotos frequentavam. Tanto tempo depois, pouco mudou. Difícil, mesmo para quem não é muito fã, segurar as lágrimas.

Em seguida, visitamos a escola onde John e Paul tocaram juntos pela primeira vez, em cima de um caminhão. Atravessando a rua, a igreja e o cemitério onde em uma das lápides lemos o nome de Eleanor Rigby. Mas quem afinal foi esta mulher? Os Beatles realmente a conheceram? Nosso motorista perguntou a Paul McCartney, na única oportunidade em que estiveram juntos. Segundo Ricky, a resposta foi enigmática e a mística em torno da personagem persiste. E provavelmente nunca vai deixar de existir. Até hoje o João quando ouve a música insiste na pergunta.

A chegada ao portão vermelho com a placa envelhecida onde se lê "Strawberry Fields" é igualmente emocionante. No terreno com mato crescido, quase não há mais vestígios do orfanato que ali funcionava. Reza a lenda que o adolescente John gostava de frequentar o lugar. Ninguém sabe ao certo por quê. Se a casa já não existe mais, na memória musical permanecerá o registro: Strawberry Fields Forever.

O passeio normalmente deveria durar duas horas, mas levou quase o dobro do tempo. Nosso guia não parecia se incomodar nem um pouco com as "horas extras" de trabalho. Voltamos para o hotel felizes, mas o refrão da música não saia do pensamento. "Penny Lane, is in my ears and in my eyes". Cada imagem e sentimento. Como se fosse ontem. http://www.fabfourtaxitours.com/.

Depois da passagem por Liverpool, os Beatles viraram os grandes ídolos do João. Temas de festa de aniversário e das brincadeiras com os amigos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Surpresa desagradável

Criança não sai do Brasil sem a autorização com firma reconhecida por autenticidade em cartório do pai ou da mãe caso um dos dois não acompanhe o filho na viagem de ida. "Descobrir" esta exigência na fila do embarque é a maior ducha de água gelada pra todo mundo.

Fuso horário

Toda atenção com ele principalmente nos primeiros dias de viagem. Respeite os limites do seu filho.

Segurança

Não embarque sem seguro-saúde. Ainda mais com crianças. No exterior, uma simples internação pode custar mais que sua a viagem inteira.

Melhor prevenir

Procure se informar com amigos ou com um médico da família se há um pediatra que fale português ou seja de confiança na cidade para onde vocês pretendem viajar. Esperamos que vocês não precisem, mas pode ser muito útil.

Uh! La! La? Non!

Em Paris, não conte com táxis. Caminhe, use o metrô ou ônibus, mas não espere que os motoristas se comovam com os apelos de uma mãe batendo queixo na tempestade de neve. Eles não param mesmo.

Proteção

Além do lanchinho, capa de chuva é item indispensável na mochila. Criança ensopada é sinonimo de resfriado e outras dores de cabeça.

Carrinho

É chato e um peso a mais, mas pode ter certeza: quando seu filho se cansar de caminhar e pedir colo, você vai achar o carrinho até leve.

Atenção!

Leve bolsas pequenas ou mochilas coladas ao corpo. Lembre que suas mãos vão ficar ocupadas com freqüência. Famílias com crianças são alvo de distrações e batedores de carteira, em qualquer lugar do mundo.

Fome Zero

O truque da merenda vale também para passeios longos. Às vezes restaurantes custam a aparecer. A garrafinha de água e o lanchinho na bolsa ajudam a preservar o bom humor da família por mais tempo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Sejamos generosos

Gostou de um restaurante? De um hotel? De uma peça? Traga um cartão, faça a informação circular. Um dia alguém fará isso por você.

Restaurante

Vale o mesmo para o teatro. Reserve com antecedência. Não perca tempo nem diversão. Evite filas.

Eat the Apple - Nova York

Durante três anos, morei com marido e filho em Nova York, mais precisamente no Battery Park, sul da ilha de Manhattan. Convidados pela empresa em que já trabalhávamos, Lúcio e eu nos mudamos no inverno congelante de 2004. O Luca tinha apenas um ano e cinco meses, era preciso morar perto do emprego e assim chegamos a um prédio de muitos apartamentos (pequenos!) e uma ampla área de lazer, com piscina coberta inclusive. Aos poucos, fui confirmando a minha impressão: NY é perfeita para crianças. Fomos turistas durante três anos, saíamos aos sábados pela manhã, empurrando carrinho, andando de metrô, com papinhas, suquinhos, roupa extra e muita curiosidade, para voltar para casa quase à noite. Alternávamos visitas ao Museu da Criança no Brooklyn e ao Metropolitan - afinal, em algum momento do dia, o Luca caía no sono em seu carrinho guarda-chuva Mac Laren. Bons tempos, aqueles.

Durante esse período, mantive um blog para a família e os amigos matarem a saudade do pequeno e também para ajudar a acabar com preconceito de que a cidade que nunca dorme agrada somente aos adultos. Mentira. Experimente. Desde os atentados de 2001, Manhattan passou a ser mais receptiva às famílias, que antes procuravam as casas de subúrbio. Na lei da oferta e da procura, os restaurantes passaram a se dedicar mais às crianças, as programações culturais ficaram mais variadas. O Brooklyn aconteceu. Quando saímos de Nova York em fevereiro de 2007, a Time Out Kids era um sucesso trimestral. Hoje, circula mensalmente e nem uma locomotiva social daria conta de fazer tudo que é sugerido.

O fato é também que nem tudo é bacana ou vale o esforço, por isso enumerei em ordem de preferência (minha, do Luca e do Lúcio) os programas que família alguma pode perder em NYC.

- Zoológico do Central Park;
- Central Park: estátua da Alice, barquinhos no lago, pista de patinação e parquinho, pedras para escalada;
- Toy'r'Us + FAO Scwartz;
- Museu de História Natural;
- Zoológico do Bronx;
- Aquário de Coney Island;
- Sweedish Cottage;
- Children's Museum;
- New Victory Theater;
- Broadway;
- MoMA Kids (roteiros para crianças nos fins de semana).

Luca em NY: outubro de 2009








Best Friends

Um dos melhores amigos de pais e filhos em viagem é o DVD portátil. Investimento que tem retorno certo. Garante refeições, filas e vôos mais tranquilos. O mesmo vale para jogos portáteis e similares.

Checklist

Antes de embarcar, lápis e papel na mão para anotar tudo que não pode ficar em casa de jeito nenhum. Documentos, brinquedos preferidos, chupetas etc. Vá riscando na medida em que as tarefas forem cumpridas.

Com Reservas

Compre com antecedência ingressos para espetáculos mais concorridos. Muitas vezes custam menos e garantem bons lugares para que o filhote não perca um lance sequer do personagem predileto.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Travel smart!

Faça a mala com antecedência. Espalhe tudo sobre a cama. Faça combinações, retire peças que não costuma usar. O sapato que incomoda aqui vai incomodar ainda mais lá.

Merenda de bordo

Avião atrasa. Serviço de bordo demora. Leve de casa uma maçã ou uma mamadeira pronta para evitar crises de mau humor!

Etiqueta

Em viagem, deixe sempre um cartão no bolso de seu filho, com o endereço e telefone de onde estão hospedados.

Red eye

Leve um pijaminha ou uma roupa muito confortável para voos longos. Seu filho vai chegar com a roupa passadinha ao destino final.

Para evitar mal-estar

Leve sempre um saquinho plástico para o caso de seu filho não se sentir bem. Não ocupa espaço e evita aborrecimentos.

Wipes

Lenços umedecidos não limpam só bumbum de bebê. Servem para deixar mãos e pés limpos quando o cansaço apaga os filhotes antes do banho ideal.

sábado, 22 de agosto de 2009

Fernando de Noronha

O lugar que muita gente relaciona a lua de mel é perfeito também para o que na maioria das vezes vem depois: os filhos. Eu me apaixonei pelo arquipélago pernambucano em 1994, aos 22 anos. Desde então, foram sete visitas, sendo que as duas últimas (2008 e 2009), com Diana (nascida em 2006) e Luca (nascido em 2002). Com crianças, Noronha é um turismo que dá trabalho - mas é prazer a perder de vista.

Antes de embarcar, pesquise, converse com os amigos, faça suas contas. Você vai entender por que Fernando de Noronha custa caro e por que vale cada centavo. Somente duas mil pessoas moram na ilha principal de Fernando de Noronha. Estrangeiro que quer ficar tem de buscar uma espécie de green-card. Ou casa-se com alguém de lá ou associa-se a algum morador em pequenos negócios invariavelmente voltados para o turismo.

O controle dos visitantes é rigoroso. Uma taxa ambiental é paga ainda no aeroporto ou pela internet antes do embarque. O valor é destinado à coleta de lixo, às consequencias do excesso de gente em terra e no mar. Como a quantia a ser desenbolsada aumenta em uma quase progressão geométrica, isso impede que turistas decidam ficar por muito mais tempo do que o planejado.

Portanto, deixemos a economia e a preguiça de lado e vamos juntos a Noronha. Opção de hospedagem é hoje o que não falta. Os estilos vão desde resorts cinco estrelas às hospedarias domiciliares - casas de moradores transformadas em pousadas extremamente simples. Os restaurantes também são variados. Existem bistrôs em Fernando de Noronha. Da última vez, jantei filé com risoto de limão siciliano, imaginem só, num ambiente de pufes, móveis indonésios e ar condicionado. Também saboreei um magnífico peixe na folha de bananeira, numa barraca de chão de areia, a pouco metros do mar. Ou seja, tem de tudo, para todos os perfis.

Existem XX praias na ilha principal de Fernando de Noronha. Eu desafio que me digam qual delas é a mais bonita. Eu nunca cheguei a essa conclusão porque divido as faixas de areia em categorias:

- Praia mais badalada: da Conceição, porque é de fácil acesso, tem barraca de bebidas e comidinhas, música ótima, mar calmo, dá para mergulhar com os peixes, tem luau uma vez por mês, para ver e ser visto durante o dia e no por do sol.

- Praia mais deliciosamente farofa: do Cachorro, porque fica embaixo da Vila dos Remédios, os moradores locais frequentam com suas familias em suas folgas, tem barraca de aperitivos, futebol de fim de tarde, mar calmíssimo para as crianças.

- Praia dos sonhos de surfista: Cacimba do Padre, bem selvagem, de mar perigoso para quem não sabe nadar, areia branquinha, Morro Dois Irmãos na paisagem, palco de campeonatos de surf na ilha.

- Praia mais exuberante: do Leão, em homenagem a uma ilhota em forma de leão-marinho, longe da BR-163, muito vento, berçario de tartarugas, muitas vezes de acesso restrito na época da desova.

- Praia mais família: Sueste, água calmíssima, numa das pontas da ilha. Leve sua barraca, seus filhos, os avós, todo mundo vai amar. Os adultos mais bem dispostos poderão nadar até uma área cheia de tartarugas. É ver para crer.

- Praia-aquário: Atalaia, uma recompensa depois de 45 minutos de caminhada forte. Praia pequena, cheia de turistas, ideal para os pequenos.

- Praia de tirar o fôlego: Baía do Sancho, considerada uma das praias mais bonitas do mundo, mistura beleza e aventura, mergulho e penhasco. É possível se chegar de barco ou por uma escada entre as pedras. O Luca encarou, aos cinco e aos seis anos, ou seja, nenhum adulto pode correr dessa experiência.

- Melhor praia para sair da areia mergulhando: do Porto, dá para ver tartarugas e raias, a alguns metros da toalha, no ambiente rico de um naufrágio.

- Melhor praia para tirar foto: Baía dos Porcos, em homenagem ao lugar de mesmo nome em Cuba. A água é tão verde, serve lindamente de fundo para aquelas fotos que vão direto para o porta-retrato, sabem? Uma dica básica, que só recebi na minha última visita: do alto do Sancho, a gente caminha uns cinco minutos até um mirante e dá de cara com os Porcos, lá embaixo, com o Morro Dois Irmãos na lateral. Im-per-dí-vel.

- Melhor praia para buscar uma sombra: Boldró porque tem algumas árvores na beira da estradinha, dá para procurar um refresco pós-sol. É simpático demais, o lugar.

- E ainda existem outras praias menores, de passagem, como a do Meio, a do Americano, a do Bode. São menos famosas, talvez por isso mais vazias, ideais para quem não quer dividir o sol com ninguém.

Muita gente me pergunta se acabou o encanto da Noronha que conheci em 1994 e eu tenho a resposta na ponta da língua: não. Hoje temos mais conforto. É possível alugar carro (fundamental com filhos pequenos), comer bem, fazer massagem, ir ao cabelereiro, tomar um drink mais bacaninha. Mas ainda é possível comer sushi no barco, encontrar praia vazia, dar de cara com uma raia-chita no mergulho de cilindro, se emocionar com o por do sol mais lindo do mundo, dançar forró com os locais, caminhar, caminhar, caminhar.

Para crianças, especificamente, existe o planasub: uma pranchinha de acrílico inventada pelo biólogo Leonardo, dono do Museu do Tubarão. O Luca viu o fundo do mar de cima, rebocado, durante 45 minutos, sem cansar ou se assustar. No passeio de barco, dá para procurar golfinhos com os quais, não, infelizmente, não podemos nadar. Mas os barulhinhos, as acrobacias, enchem os olhos da família inteira. O Museu é outro barato, pequeno, aconchegante. A criançada vai gostar de provar o Tubalhau, bolinho típico de carne... de tubarão.

O Tamar oferece uma palestra sobre meio-ambiente por noite, para os que são um pouco mais maduros. É programa, todo mundo que estava na praia estará na palestra. E vice-versa. Por ser o ponto brasileiro mais avançado sobre o Atlântico, Noronha já foi protegida por fortes, hoje em ruínas. Os canhões, as paredes de pedras, os mastros com bandeiras serão palcos de muitas fotos e muitas histórias.

A BR163 tem apenas sete quilômetros, é a menor do Brasil, atravessa a ilha. A estrada asfaltada nos leva a paisagens completamente diferentes entre si, a estradinhas secundárias que parecem cenários de ralis. Um programa completo, para a família toda. Em quatro dias, você vai se sentir local.

Curiosidades sobre Noronha:

- Praticamente todos os estabelecimentos na ilha aceitam cheques, cartões ou dinheiro.
- A linda igrejinha na ponta da ilha só é aberta uma vez por ano, no dia do padroeiro dos pescadores, ou em casamentos.
- A mabuia é um lagarto típico que, de tanto conviver com turistas, não sente medo e vive entrando em nossas bolsas. Diana adorou mexer com elas.

Luca e Diana em Noronha: julho de 2008












quinta-feira, 9 de julho de 2009

Babás - esta é a questão

Conviver com filhos em tempo integral é uma delícia, mas dividir a tarefa com alguém pode ser bem interessante. Eis que surge a dúvida: levar ou não a babá? Nossa primeira dica é que antes de mais nada você estabeleça que tipo de viagem quer ter.
Você trabalha muito o ano inteiro e as férias são uma oportunidade para participar como nunca da rotina do seu filho? A idéia é estar junto, fazer tudo em família, todo o tempo? Ou você gostaria de sombra, água fresca... e, vez ou outra, escapar para um jantar romântico com o marido?
Bem, como o assunto divide opiniões, preparamos uma lista com prós e contras para ajudar na sua decisão.

Os Prós:

- Cuidar de criança dá trabalho. De criança pequena, então, mais ainda. E vamos combinar: estar presente todo o tempo é um pouco cansativo, sim.

- Em férias, os horários ficam mais flexíveis, mas as tarefas do dia-a-dia continuam a ser cumpridas.

- Se o filho ainda for bem pequeno ou bebê, vai precisar da sua ajuda para quase tudo. Desde as trocas de roupa, até banhos e refeições. Independentemente da idade, vai continuar a ter que escovar os dentes ao acordar e depois de cada refeição. Convenhamos que ficar atrás de criança para lembrar isso e outras coisinhas mais é um pouco aborrecido mesmo.

- Com a "programação intensa" da viagem, o quarto pode se transformar em um típico cenário de guerra. Ter alguém por perto para ajudar na organização da bagunça dos brinquedos e roupas espalhadas pelo chão é tudo de bom.

- Momentos para o casal se repetem com mais frequencia se a babá fica de olho nas crianças enquanto vocês esticam um jantar depois do show ou teatro. Isso significa também ter mais tempo para "você". Incluindo, claro, tarde livre para compras, sem pressa ou estresse de voltar correndo para render o maridão.

- Estes "momentos" de breves separações tornam a viagem mais agradável, sim, gerando sensivel melhora no bom-humor e estado geral da família.

- Mesmo que ela esteja viajando a trabalho, pode ser bacana proporcionar para sua babá a oportunidade de conhecer lugares tão distantes e diferentes.

E os contras:

- Nem todos tem um orçamento que permita a "extravagância" de incluir um outro adulto no roteiro. Levar a babá significa gastar mais em vários sentidos, começando em passagem aérea e hospedagem (quase sempre um quarto extra na reserva).

- Sem dúvida pesa bem mais no bolso. Pois vai ser necessário contar ainda com verba para alimentação, ingressos para parques, museus, transporte etc, além de outros direitos trabalhistas. Vale aqui o conselho, novamente: tudo depende da viagem que você está disposta a fazer e do quanto está a fim de desembolsar.

- Você vai precisar se preocupar com a parte burocrática da viagem que inclui emissão da documentação necessária, como passaporte e vistos.

- E se ela estranhar o clima? Ou não gostar da comida? Ficar doente? Dependendo do caso, você pode ter um trabalho dobrado.

- Uma das melhores coisas de viajar é estar em família. Férias promovem a convivência, aproximam pais e filhos. Estes momentos são únicos, fazem um bem danado. Se você é daquelas que trabalham muito o ano inteiro, às vezes, por a mão na massa e ficar grudada é muito saudável.

- Sogras, tios, padrinhos e avós podem se sentir meio "desprestigiados" se em vez de contar com a ajuda deles, você optar por levar uma babá. Pode rolar um climão!

- Babás nos dão conforto e são super-úteis, mas elas também gostam e merecem ter um descanso da gente. E se a ajudante não se animar com um escargot às duas da manhã?!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Todo mundo junto! (Ou não...)

Você que é mãe provavelmente já passou pelo pânico de perder (ou achar que perdeu) seu filho, por segundos que sejam, no meio de uma mega loja de departamentos ou na multidão. Imagine então passar por essa experiência em outro país. Só de pensar sentiu um frio na espinha? Pois então aqui vão conselhos de mães prevenidas.

- Ensine o filhote a procurar pessoas "oficiais". Funcionários da loja, pessoas uniformizadas, policiais, seguranças ao perceber que está perdido. Mesmo falando idiomas diferentes, eles vão dar um jeito de se entender nesta hora.

- Se o seu filho for mais velho peça a ele para decorar o número do seu celular ou o nome do hotel em que estão hospedados. Como pode ser complicado no exterior, a dica é escrever o número no braço dele, perto do pulso. Melhor não incluir o nome da criança, pois mal-intencionados podem usar isso para parecer mais amigáveis e íntimos.

- Se ele for mais novo, deixe um cartão no bolso do seu filho com essas informações e avise para ele usar em caso de emergência.

- Sempre o oriente, com cuidado para não exagerar no tom, a ficar por perto em locais grandes, cheios demais ou tumultuados. Lugares assim, em viagens, de vez em quando são inevitáveis.

- Quando sair com eles lembre sempre de carregar a bateria do telefone.

- Marque um ponto de encontro fácil de ser identificado. A entrada do supermercado, o T-Rex gigante da loja de brinquedos, o restaurante do museu.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Fazendo as malas

Se o destino é gelado, força nos casacos. Se o destino é a praia, roupa de banho. Mas e se a viagem tem um pouco de tudo? Fazenda com piscina? Praia com trilha na mata? Pistas de esqui com um resort quentinho para brincadeiras? O segredo para não enlouquecer na hora de fazer a mala é combinar peças e cores. Distribuir as roupas em cima da cama - e pensar: vai dar tempo de usar tudo isso? Preparamos aqui uma lista básica para encher a mala na medida, para sete dias de viagem.

- Dois moletons, uma calça mais arrumadinha, uma calça jeans;
- Três bermudas de tecido (uma mais chique), de preferência sem estampa;
- Três shorts de piscina, bem coloridos, para efeito de foto;
- Sete camisetas de manga curta - metade estampada, metade lisa;
- Três blusas de manga comprida;
- Duas camisetas sem manga;
- Uma jaqueta de tecido, um casaco de moleton e conjunto quentinho por dentro e impermeável por fora para dias de chuva
- Um pijama de manga comprida (tem sempre um ar condicionado no quarto);
- Sete pares de meia, sete cuecas;
- Um boné;
- Um tênis resistente, uma sandália estilo Croc, um par de Havaianas.

Para os bebês:

- Além da lista acima, acrescentar um pijama extra, babadores, mantinhas, fraldinhas de boca;
- Sabão em pó ou líquido em um recipiente pequeno para lavar peças indispensáveis;
- Brinquedinhos mais queridos;
- Se acabou a fase, super prática diga-se de passagem, da amamentação exclusiva (comida pronta, quente e disponível), vocês estão na etapa das "papinhas". Sobretudo em viagens internacionais, a sugestão é abusar sem culpa dos potinhos de comida pronta. Cansei de levar vidrinhos em sacos plásticos dentro da mala. E quando chegava ao destino, abastecia o estoque na farmácia ou mercado mais próximo.

Mas atenção que aconteceu: em uma viagem aos EUA, o João estranhou o gosto da papinha "estrangeira". E a cara feia do filhote para a sopinha foi a maior saia justa. Por isso, avalie bem a quantidade que vai levar do Brasil - o excesso de peso na bagagem às vezes (muitas em viagens com crianças) compensa.

E mais:

- Capriche na farmácia. Repelente, filtro solar, algumas medidas de leite em pó, band-aid, remédios para emergência. Antibiótico é uma boa pedida (fora do país só se compra com receita médica). Sobre este tema, o melhor conselho é: levar tudo. Ocupa bastante espaço, tem risco desagradável de vazar, mas com crianças tudo pode acontecer.

- Não deixar para fazer a mala em cima da hora. Planeje, faça alterações, tire uma blusinha aqui, inclua uma calça ali. Reflita bastante sobre possibilidades. Menos é menos mesmo neste quesito. Não adianta ser chique e econômica no tamanho da mala e depois se arrepender por ter deixado aquela peça "coringa" no armário. Calcule várias trocas porque lavar roupa em viagem não está com nada.

- Mochilas para o dia-a-dia são sempre ótima opção. Saídas e chegadas com crianças são sempre mais confusas que o habitual. Viajando com o João, fui roubada duas vezes em Londres e uma em Miami, além de perder vários itens em outras ocasiões por pura distração. Mesmo porque nossas atenções estão sempre voltadas para o item mais precioso de todos, nosso filho, claro.
- Seguro de viagem é às vezes uma opção bacana. Existem vários tipos que cobrem perdas de bagagem, consultas a médicos e dentistas. Consulte seu agente de viagens e pense no assunto.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Aviso aos navegantes

Existem pessoas que são apaixonadas por cruzeiros. Mas há também quem não suporte a idéia de passar sequer horas, o que dirá então DIAS a bordo de um navio em alto-mar. No entando, as viagens marítimas precisam ser consideradas na hora de marcar suas férias. Imagine ter toda a infra-estrutura dos resorts mais incríveis do mundo com a vantagem de estar sempre em movimento e de atracar em lugares diferentes, belíssimos? Como o assunto é polêmico, preparamos uma outra listinha com prós e contras para ajudar a decidir se vale ou não embarcar nesta aventura com a família.

Prós:

- Você encontra de tudo um pouco em um só lugar. Comércio, cardápios variados, academias de ginástica, áreas de lazer, salas de jogos, brinquedoteca, piscinas pequenas, médias, grandes, aquecidas, de água do mar, parede de escalada, minigolf, colônias de férias completas e muito mais.

- Um cruzeiro é ótimo para quem deseja se desligar dos problemas e stress do dia-a-dia. Uma deliciosa sensação de liberdade. Clima de férias e diversão total, o tempo todo.

- Depois cruzar de alguns dias com as mesmas pessoas, surgem amizades. Para filhos únicos, é uma bela oportunidade de ter outras crianças para brincar.

- Os funcionários que cuidam da sua mesa no restaurante e da sua cabine são sempre os mesmos. Pessoas extremamente gentis, atenciosas, dispostas a tudo para proporcionar a você e sua família as "melhores férias de todos os tempos".

- Todas as noites, o camareiro deixa um jornal informativo com a programação do dia seguinte, capaz de agradar a todos os gostos e idades.

- A palavra "diversão" é repetida como um "mantra" e você acaba se deixando levar pelo clima. E é para toda a família mesmo. Aulas de culinária ou esculturas de gelo, tratamentos de beleza, leilões de arte e shows de música ou dança no grande teatro do navio. Para quem gosta de arriscar a sorte, um imenso cassino.

- A programação noturna para os pais é intensa com boates, bares e bons filmes na telona.

- Para os papais aproveitarem a "night", se for o caso, a maioria dos navios costuma contar com serviço de baby-sitting que funciona normalmente até bem tarde.

- Para os pequenos, recreadores organizam da manhã à noite caças ao tesouro, bailes de máscaras, festas temáticas. Para a família curtir junta, jogos e brincadeiras nas piscinas, bingo, karaokê. É só escolher!

- Antes de desembarcar nas praias, você pode agendar os passeios que deseja fazer de dentro do próprio navio. Pode ser um pouco mais caro, mas é garantia de um tour com segurança e tranquilidade, principalmente se você estiver viajando com crianças pequenas.

- A alimentação normalmente está incluída no cruzeiro. Todas as refeições têm hora marcada e são de ótima qualidade, mas existem ainda restaurantes onde você pode fazer pequenos lanches ou pedir um "fast food" a qualquer hora do dia. Doces, bolos, sorvetes, hot-dogs, batata frita a vontade fazem um sucesso incrível com a garotada. (É, não espere assim... um menu muito saudável, não!)

- Muitos cruzeiros oferecem descontos especiais para crianças que estejam dividindo a cabine com dois adultos.

Contras:

- Passar vários dias a bordo de um navio em alto-mar pode realmente acordar a claustrofobia que existe em cada um de nós. As cabines costumam ser pequenas. E, se você é daqueles que sentem náuseas só de imaginar o balanço das ondas, melhor repensar se um cruzeiro é mesmo uma boa opção.

- Você pode enjoar também de cruzar todos os dias com as mesmas pessoas e achar meio constrangedor ter que se sentar todas as noites com os mesmos casais. Sim, em alguns cruzeiros, as mesas são escolhidas pela empresa. Em outros, os lugares não são marcados.

- O ritmo nem sempre é o seu. As paradas em praias e portos são bem mais curtas do que deveriam. Muitas vezes gostaríamos de conhecer melhor algumas ilhas, ou quando estamos no ponto alto de algum passeio, precisamos voltar correndo antes de o navio levantar âncora.

- Para os desavisados, as gorjetas as vezes podem pegar de surpresa ao fim do cruzeiro.

- A língua pode ser um contratempo se seu filho não fala inglês, por exemplo. A colônia pode não funcionar 100%.

- O cruzeiro, para alguns, é a realização de um sonho. Então, o clima de festa a bordo pode incomodar aquele que mais quer descanso, silêncio.

Dicas:

- Avalie bem a duração do cruzeiro. Para muita gente, um período de três dias será pequeno para desfrutar de toda a infra-estrutura do navio.

- Pesquise bastante os preços, que podem variar muito de uma companhia para outra, e principalmente o itinerário que mais vai agradar a sua família. Existe um cruzeiro para cada perfil. Uns mais "família", outros mais "fun and party".

- Convém escolher bem a data, para evitar períodos de chuvas/furacões e para não se surpreender e encontrar jovens americanos fazendo bagunça de sol a sol no feriado deles.

- Os navios são bastante seguros, mas, com crianças muito pequenas, melhor evitar cabines com varandas.

- Consulte o capítulo "O que levar - praia", e ótima diversão!

domingo, 28 de junho de 2009

Chica-Go Kids!

Assim como há quem diga que Praga parece uma mini-Paris, eu diria que Chicago é uma mini-Nova York. Por isso, não torça o nariz caso alguém, algum dia, proponha uma viagem até Illinois. A "windy city" é gelada no inverno, sim, mas é charmosa o ano inteiro, sendo reconhecida mundialmente como uma capital da arquitetura, onde é possível admirar mais de seis mil esculturas ao ar livre: Alexander Calder, Miró, Henry Moore, Pablo Picasso.

E o que é que criança tem a ver com isso? Surpreenda-se! O Luca conheceu Chicago em novembro de 2005, aos três anos. Apesar do frio esperado para a época, aproveitamos muito, a começar pelo metrô de superfície que percorre toda a cidade, com destaque para o Loop - o centro histórico com seus lindos prédios art-deco. Olhar para dentro dos escritórios, imaginar a vida daquelas pessoas desconhecidas, ah, quem não gosta?

Chicago é uma cidade bem planejada com 37 quilômetros de costa à beira do Lago Michigan. Prata da casa é o Grant Park, uma aglomeração de parques, atrações, museus, pavilhões para shows, bem de frente para a água. Um dos pontos de partida para um passeio pela região do lago é o Millenium Park, aberto com um certo atraso, em 2004, bem perto do riquíssimo Instituto de Artes de Chicago.

O Millenium tem três atrações especiais: o pavilhão Pritzler, a Crowne Fountain, de um artista contemporâneo de Barcelona, e a Cloude Gate, uma escultura prateada, em forma de grão de feijão, de cem toneladas de aço, criada pelo indiano-britânico Anish Kapoor, de onde se vê todo o skyline da cidade e o reflexo de caretas incríveis de nossos filhos. Ali pertinho, a família pode se distrair com o minigolfe Green at Grant Park.

Ok, seu filho quer algo mais pop? O Navy Pier também fica relativamente perto, para quem gosta de caminhar. Trata-se de um pavilhão imenso com parque de diversões bem comercial e um pouco kitsch, com apresentações de circo, queima de fogos de vez em quando e uma roda gigante construída em 1893, com o equivalente a 15 andares de altura. Dá para imaginar a vista de Chicago? Sete minutos de contemplação e adrenalina! Antes de prosseguir, sugiro um café no Starbucks ou um sorvete no Ben & Jerry - duas tradições americanas.

Outra opção de passeio, para agradar de cara a criançada, é visitar o Field Museum, o museu de história natural de Chicago, onde a grande atração é, claro, Sue - o maior e mais bem preservado fóssil de tiranossauro-rex do mundo, apresentado em 2000. Que criança não gosta de dinossauros?

Em frente ao Field Museum, fica o Shedd Aquarium - onde você vai encontrar de tudo, de Amazônia artificial a baleias, golfinhos, peixes de todos os tipos e inúmeras atividades interativas. No verão americano, imaginem só, tem sessões de jazz dentro do prédio, com a vista para a cidade através de um janelão de vidro. Não é uma forma excelente de descansar os pés e os ouvidos?

Não será exagero dizer que o Homem-Aranha adoraria Chicago. Entre nessa escalada com seus filhos. A cidade é marcada por arranha-céus, como as famosas torres Sears e John Hancock. A primeira se orgulha de ter o observatório mais alto de Chicago: 412 metros de altura. A segunda diz ter o elevador mais rápido dos EUA: 600 metros por minuto, para o visitantes subir os 94 andares. Dizem, não conferi, que uma brincadeira sugerida é contar as vinte piscinas em topos de prédio que se podem ver.

E tem muito mais. Vou pesquisar melhor:

Frank Lloyd Wright
Drury Lane Theaters ? (meio broadway?)
Loja Hersheys de 360 metros quadrados.
Chicago Water Tower, que resistiu ao grande incêndio de 1871, é um símbolo da reconstrução da cidade que, segundo os locais, vive se reinventando.
Oak Street Beach
American Girl Place
Lincoln Park Zoo
Chicago University
Passeio de barco pela architecture.org
Adler Planetarium

Luca em Chicago: novembro de 2005




sábado, 27 de junho de 2009

De barriga cheia - e coração aberto

Os europeus e os americanos são bem mais acostumados a levar seus filhos a restaurantes. Diferentemente daqui do Brasil, babás e folguistas são presenças raras em casa, o que dirá em ambientes públicos. Por isso, as crianças estrangeiras frequentam restaurantes, bares, lanchonetes desde bebês. No exterior, mais do que aqui no Brasil, ninguém vai estranhar se você chegar com a família em peso para um almoço ou um jantar. Preparamos uma check-list para tornar essa visita a mais agradável de todas.

- Evite filas e horários de pico. A demora no atendimento vai deixar a criança estressada e os pais também. Faça reservas sempre que possível.

- Leve kits de emergência para distrair a garotada que ainda não sabe a diferença entre um shitake e um champignon. Para espantar o tédio, lápis e papel, jogos eletrônicos, DVD e bonequinhos para a bolsa, já.

- Carregue um babador descartável, para deixar seu filho lindinho para o resto da programação.

- Escolha restaurantes que ofereçam menus infantis especiais. Se o cardápio for mais rebuscado, prefira dar comida no quarto e deixe a sobremesa para o restaurante. Na hora do jantar, tente um lugar mais perto do hotel.

- Procure escolher mesas mais isoladas, se houver a disponibilidade. Pergunte, na reserva, se você poderá levar o carrinho de bebê. Pode ser um alento, caso o soninho do filhote chegue antes da hora.

- Peça cadeirao ou booster. Sempre bom para deixar a criança sentadinha e evitar que ela saia correndo entre garçons apressados e bandejas lotadas de comidas quentes.

- Não faça refeições longas demais. Isso é para casais sem filhos!

- Evite aquele restaurante com chef super badalado, muito chique, recomendado pela amiga solteira. Criança sempre agita o ambiente. Ninguém merece pagar uma fortuna para ter um pequeno tumultuando o "clima" na mesa ao lado.

Escolhendo o hotel

Com raras exceções, a grande maioria dos hotéis em todo o mundo aceita crianças. No entanto, alguns lugares dispõem de uma infra-estrutura maior, com áreas de lazer e atividades recreativas sob medida para receber a turminha. Por isso, preparamos mais algumas dicas que podem ser úteis na hora da escolha do hotel para garantir o sucesso e tranquilidade da viagem em família.

- Resorts - Uma excelente opção com diversão garantida para todas as idades. Piscinas de vários tamanhos, playgrounds, brinquedotecas e muitas outras atrações não vão deixar seu filho parado um minuto sequer. Sem contar que o sistema "all inclusive", disponível em alguns resorts, é uma mão na roda para garantir a barriguinha cheia e a energia para tantas atividades. Em viagens pelo Brasil, a criançada tem ainda a vantagem do idioma, podendo participar sem receio dos "clubinhos" monitorados por recreadores. Eles adoram e ainda permitem aos pais alguns momentos a sós. Ou muitos. Porque existe o risco do filhote ser "abduzido" por um destes clubinhos e só aparecer de novo no último dia das férias.

- Suítes - Tente dar preferência aos hotéis que ofereçam quartos maiores, com ante-salas onde o filhote possa ficar bem instalado, para que assim a intimidade do casal possa ser preservada. Nem sempre isso vai ser possível. De qualquer maneira, explique no hotel que está viajando com a família e verifique a possibilidade de reservar o maior quarto que estiver a disposição na categoria escolhida. Criança precisa de espaço.

- Cozinha - Além de ser um recurso econômico, facilita a vida. Tomar o café da manhã no quarto, com calma, ou fazer um macarrãozinho depois de um dia inteiro batendo perna na rua, pode ser a salvação em algum ponto da viagem. Para os pais que curtem cozinhar, não deixa de ser uma diversão experimentar novos temperos, típicos do lugar, ou até mesmo preparar um bom feijão para matar as saudades de casa.

- Banheira - Pode não ser quesito indispensável, mas a banheira é sempre uma atração para as crianças. Um banho mais longo e demorado é ótimo para acalmar os animos e prepará-los para uma boa noite de sono.

- Localização - Não se isole. Escolha hotéis próximos das atrações que você pretende visitar e de lugares interessantes para frequentar com as crianças, principalmente em cidades grandes. Verifique na chegada se existe uma boa farmácia e um mercadinho a uma pequena distância. A área de lazer do Central Park ou uma boa loja de brinquedos a apenas alguns passos do hotel podem ser ótimos para momentos de tédio profundo ou preguiça de inventar passeios mais longos.

- Berços - Quando fizer a reserva, não se esqueça de pedir berços ou camas extras sempre que necessário. As crianças acham a maior graça em encontrar a surpresa assim que chegam ao hotel.

- Hotéis de charme, alto luxo, quinze estrelas, recomendadíssimos, são ótimos mas, cuidado, e se não forem ideais para crianças? Quando o Luca estava prestes a completar um ano, reservamos um quarto na melhor pousada da Praia da Pipa. Resultado? Tudo o que não queríamos era ficar no hotel, com medo de o bebê jogar abaixo a decoração escolhida cuidadosamente pelos proprietários. No segundo dia, nos mudamos para um hotel bem mais simples, onde não havia nada de vidro que pudesse ser quebrado.

- Uma mini-geladeira no quarto, cheia de coisas deliciosas e com livre acesso, é uma tentação para as crianças. Nossa sugestão é fazer logo no primeiro dia um estoque no mercado mais próximo com lanchinhos saudáveis (ou nem tanto), para evitar surpresas desagradáveis na hora do check-out.

Viagens internacionais

Viajar para lugares distantes, com costumes diferentes e comidas estranhas, alteram a rotina de qualquer um. Para uma criança pequena, acostumada diariamente ao trajeto escola-casa-pracinha, a mudança é radical. Por isso, preparamos algumas dicas que podem ajudar a manter o bom humor da família, longe, bem longe de casa.
- Respeite o fuso horário. Pegue leve na programação, especialmente nos primeiros dias.


- Não adianta querer que os filhotes sigam o seu ritmo. Melhor relaxar e deixar que eles ditem o próprio.


- Deixe para se preocupar com refeições super equilibradas e saudáveis quando voltar parar casa. Em alguns casos, um macarrão com salsichas e até um cheesburguer com batatas fritas quebram um bom galho. Em viagens, é natural o filhote não achar muita graça em comer, não esquente a cabeça. Ofereça bastante variedade que, em algum momento, vocês vão descobrir juntos o que funciona melhor em cada lugar.


- Pode parecer coisa de mãe, mas programe os passeios com antecedência. Pesquise na internet, leia guias, reserve ingressos. O tempo que se perde antes de embarcar é um ganho precioso na viagem.


- Desenhe uma rotina que agradará a todos: adultos e crianças. A melhor maneira é alternar programas mais cansativos, de longas caminhadas, com atividades mais leves - como um teatro, por exemplo, Mas, é claro, sinta-se à vontade de alterar a programação de acordo com o cansaço e disposição dos mais jovens. As crianças ficam mais cansadas e às vezes até mais dengosas quando estão longe de casa. Cabe a nós, pais, tentar dosar o ritmo com equilíbrio e bom senso. Assim evitamos momentos de crise e ataques de choro inesperados e incontroláveis.


- Dê uma escapada de vez em quando. Planeje momentos de descanso. Reveze com o pai das crianças: uma manhã será somente sua enquanto ele fica na piscina com o pequeno. A tarde poderá ser dele e das compras de produtos eletrônicos enquanto você leva o filhote para mais um passeio de criança.


- Jamais se sinta culpada por não conseguir visitar os lugares mais descolados do momento, que suas amigas tanto indicaram. Elas não fazem idéia do prazer que a gente sente ao dividir um Ben & Jerry com aquela criança curiosa e companheira.


- Se as compras são um atrativo a mais para você, o mesmo não pensa o seu filho. Crianças detestam lojas, a não ser as de brinquedos, claro. Por isso, o ideal é começar justamente pelos produtos preferidos deles. Um jogo diferente, o boneco do super-herói que ele tanto queria, um livro com ilustrações bacanas podem mantê-los entretetidos enquanto você experimenta algumas peças da sua marca preferida.
- Aposte em seu carrinho. Caminhar é uma das melhores maneiras para se conhecer lugares, mas as crianças ficam exaustas e não encaram isso como um programa. Em alguns casos e até uma certa idade, carrinhos leves e fáceis de desmontar são quase tão importante quanto as malas. Mesmo sendo um volume a mais para carregar, vale a pena levar um modelo do tipo guarda-chuva. No aeroporto, por exemplo, você pode ficar com o carrinho até a hora de entrar no avião. Basta pendurar uma etiqueta no check-in da companhia aérea e deixar o carrinho na porta da aeronave. Chegando ao destino, é só pegar no mesmo lugar.

- E finalmente, prepare seu espírito. Atitude é tudo em alguns momentos. Espere encontrar alguns pequenos percalços no caminho, mas no final, vai dar tudo certo. Viajar com os filhos para fora do Brasil dá trabalho, mas vai ser uma das experiências mais diferentes e divertidas da sua vida.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Viagem de avião

Encarar horas de viagem em poltronas quase verticais, com pouquíssimo espaço para as pernas, luzes que acendem subitamente em nossos olhos em plena madrugada, filas intermináveis para os toaletes. A idéia de passar horas a fio dentro de um avião e ainda por cima em companhia de uma criança pequena pode não ser das mais atraentes. Mas infelizmente ainda não foi inventado um meio de transporte mais indicado para longas travessias. Então, se é inevitável, melhor relaxar e tirar proveito da experiência. Até porque, sob o ponto de vista dos pequenos, tudo parece bem mais divertido e andar de avião pode ser uma mesmo grande aventura.

As incríveis máquinas voadoras exercem verdadeiro fascínio sobre as crianças. Por isso, nos momentos iniciais da viagem, a dica é deixar que elas explorem o ambiente, testando a utilidade de cada botão, retirando cobertores e travesseiros das embalagens plásticas e até se distraindo com folhetos que contenham as instruções de segurança. Infelizmente este "momento novidade" dura apenas alguns minutos, no máximo meio hora.

O que fazer então com, na melhor das hipóteses, as outras oito horas de duração de uma viagem internacional? Aí vai uma segunda e importante dica: evitar voos diurnos. Uma vez voltando de Los Angeles, o João, em um momento de tédio profundo, decidiu bater o próprio recorde de velocidade nos corredores apertados da aeronave. Outra vez, vindo de Portugal, aos cinco anos de idade, ele resistiu bravamente graças a ajuda da telinha individual das poltronas da aeronave mais moderna, mas decidiu cochilar nos minutos finais de voo, dificultando consideravelmente o desembarque.

Viajar durante a noite praticamente descarta estes riscos. Às vezes eles pegam no sono até mesmo antes da decolagem. Para os insones, a sugestão é uma espécie de "kit entretenimento". Por isso, atenção: todo cuidado é pouco na hora de arrumar sua mala de mão. Alguns itens que consideramos infalíveis:

- Objetos que ajudem a criança a "embalar" no sono. Chupetas, mamadeiras, bonequinhos ou bichinhos que façam parte do "ritual" da hora de dormir em casa são fundamentais.

- Gibis recém-comprados no aeroporto para os mais velhos, revistas para colorir, giz de cera, livrinhos com poucas páginas que não pesem muito não na mochila. Estas novidades podem entretê-los por um bom tempo.

- Invente um diário de bordo, ou seja, caneta e papel para anotar as primeiras impressões. Escrever a várias mãos a história da viagem, começando pelo avião e depois passando pelos lugares visitados, pode ser uma belíssima recordação para o resto da vida. Essa aventura começa a ser contada ainda na poltrona do voo de ida.

- DVD portátil: um dos melhores investimentos para viagens longas. Levar de surpresa um filme novo, então, é tiro certíssimo, vai agradar e garantir horas de tranquilidade total. Só não se esqueça de carregar o aparelho antes de sair de casa, senão a frustração pode ser fatal.

Outras dicas para uma viagem sem maiores turbulências:

- Um pijaminha de manga comprida, para resistir ao frio da cabine e para o filhote desembarcar em seu destino lindinho, sem roupa amarrotada.

- Todos os aviões são equipados com kits de remédios para primeiros socorros. Mesmo assim, vale a pena separar em recipientes menores um bom xarope, o anti-térmico da sua preferência, uma solução nasal para ajuda-los a enfrentar a secura do ar e até um bom hidratante. Lenços umedecidos para mil e uma utilidades são recomendadíssimos.

- Não economize nas roupas extras. Acidentes com líquidos acontecem, ainda mais com crianças por perto. Levar uma muda de roupa sempre é recomendadíssimo, assim como um bom casaco para o frio do avião e, muitas vezes, do desembarque.

- Ah, sim! Importantíssimo: para evitar fortes emoções, separe, com algum tempo de antecedencia e em lugar bem visível todos os documentos necessários. Passaportes e vistos dentro da validade. Código da reserva da companhia aérea e vouchers de hoteis, carros e etc. E, para o caso de crianças que viajam acompanhadas apenas de um dos pais, é necessário uma autorização com assinatura reconhecida em cartório feita pelo outro pai. Sem isso, a criança não embarca, como pudemos comprovar uma vez. E acreditem, a experiência não é das melhores.

No mais, apertem os cintos e aproveitem cada minuto desta deliciosa aventura que é viajar com os filhos. Ver coisas novas ou revisitar lugares sob o ângulo das crianças é altamente recomendável. Imperdível. Não esqueçam da máquina fotográfica e boa viagem!