quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vive la France com João e Vitória

Moramos em Paris um ano antes do João nascer. Por isso, quando estivemos com ele pela primeira vez na cidade, em janeiro de 2008, nossa idéia era, antes de mais nada, fazer uma viagem afetiva por lugares cheios de significados para nós (por isso, a foto abaixo, em frente ao edifício da Rue des Ecoles, nossa casa em Paris).

No entanto, a programação infantil de Paris já era uma velha conhecida nossa, graças a Vitória, minha enteada, que tinha sete anos na época da nossa temporada na França.

Com ela, costumávamos frequentar muitos parques dentro e fora da cidade. O Jardin du Luxembourg, por exemplo, o maior parque público da cidade, com seus lagos e estátuas exuberantes era tiro certo para a garotinha extravassar as energias, principalmente no inverno, vivendo em um apartamento de pouco mais de 30 metros quadrados. O lugar, que tem entrada gratuita, abriga a sede do Senado da França, um pavilhão de exposições e um parquinho aprovadíssimo pela Vitória e, anos mais tarde, pelo João. Este sim, é pago, mas tem excelente custo benefício.

Versalhes com seus jardins geométricos e salões suntuosos é uma ótima pedida, especialmente com as meninas, para brincar de princesas. Perto de Paris de carro ou trem, o palácio transformado por Luís XIV no centro de poder político da França tem mil e uma atrações encantadoras. O quarto em que as rainhas davam à luz seus filhos em frente de toda a corte e o inesquecível Salão dos Espelhos, palco das cerimônias importantes onde o Tratado de Versalhes foi ratificado são os destaques da área interna. Na parte de fora, uma delícia perambular a pé ou de charrete pelos jardins e ver de perto o Petit Trianon, o castelo preferido de Maria Antonieta.

Nos finais de semana, pé na estrada. Com carro alugado, Euro Disney, claro, sucesso total de crítica. Décio, "paidecendo", deve ter ido umas dezessete vezes. Mas quando outros cenários entraram no roteiro, aí sim, o paraíso.

Fomos especialmente felizes em duas oportunidades: na primeira, uma visita a Giverny, vila de quinhentos habitantes, a pouco menos de noventa quilômetros de Paris. A casa onde Claude Monet trabalhou até o fim da vida continua ali, decorada com as cores originais, aberta ao público. E mais: os jardins que serviram de tema para alguns dos mais famosos estudos do pintor, com suas pontes de madeira sobre o lago e sobretudo as ninféias são um quadro vivo, diante dos nossos olhos. Beleza para todas as idades.

A segunda viagem é mais distante, requer planejamento e talvez pernoites pelo caminho. Mas como vale. A silhueta do Mont Saint Michel é uma das visões mais encantadoras de toda a Europa. O lugar já foi oratório, mosteiro beneditino durante a Idade Média e prisão após a Revolução. As marés na baía que cerca o Mont Saint Michel são muito fortes e a ilha é unida ao continente por uma passarela. As ovelhinhas em volta ainda ajudam a compor o cenário de filme. Mergulhe nas muitas histórias deste cartão postal cheio de mistérios, meio mágico mesmo. Viaje no tempo com o seu filho, ele vai gostar.

Com o João, investimos mesmo em Paris, o que definitivamente não é pouco. Estes passeios ficaram para uma próxima. Afinal, a capital francesa tem muito a oferecer, para qualquer idade.

Um programa bem turístico que recomendamos com crianças é o passeio pelo rio Sena naqueles barcos estilo Bateau Mouche. Ótimo para mostrar a cidade sob outro angulo a qualquer hora do dia ou da noite. Fizemos com o Joca no por do sol e a visão é espetacular.

Lembro também que chegamos a cidade em um 6 de janeiro, Dia de Reis. Por sorte, pegamos o horário da missa em Notre Dame. Mais um daqueles momentos inesquecíveis. Se a agenda coincidir, com esta ou outra data importante, não deixe de entrar um pouquinho na catedral. Faz qualquer pestinha paralizar, meio estarrecida.

Ao contrário da Cris, visitamos Paris no inverno gelado. Então os programas indoor eram sempre muito bem-vindos.

Surpreendentemente não encaramos filas enormes e conseguimos mostrar a Monalisa ao João no Louvre (foco, muito foco no objetivo neste museu gigantesco). E a parte do Egito, que ele pirou. Também quis ir ao Orsay, para falar um pouco sobre os impressionistas. Na época ele não deu muita bola, confesso. Mas Van Gogh, Monet, Renoir, Degas... reunidos em um só lugar. Porque não expor seu filho desde muito cedo ao belo, ao que te emociona? Se faz bem à sua alma, vai fazer bem a dele também.

Programa ao ar livre divertido foi a Roda-Gigante. Quando fomos, ela ainda estava montada na Place de la Concorde. Parece que agora está nas Tuilleries. O ingresso custa 6 euros e dá direito a várias voltas. Lá do alto é possível ver os pontos turísticos mais famosos da cidade. Quase congelamos, mas João adorou.

Agora, uma das melhores descobertas da temporada com o João foi o Cirque d'Hiver, um espaço de sonhos para pais e filhos. O belíssimo edifício oval fundado em 1852 pelo Imperador Napoleão III  apresenta um espetáculo bem "à moda antiga". Enquanto no picadeiro desfilam trapezistas, mágicos e malabaristas... Na platéia lembrando um pequeno coliseu, as crianças perdem o fôlego, gargalham, aplaudem... Ah, sim, mães e pais se arrepiam, ficam com olhos cheios d'água. E quando a Mulher-Bala entra em cena ninguém pisca. Programa imperdível e lindo de morrer.

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